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Imagem reproduzida da internet |
Entre as dezenas de horas de depoimentos
de delação premiada dos executivos e ex-executivos da Odebrecht, os vídeos de
Emílio Odebrecht, presidente do Conselho daquela que já foi a maior empreiteira
do país, vêm chamando a atenção pela riqueza de detalhes com que descrevem
episódios antigos, que ajudam a desenhar a história política recente do Brasil.
A
editora da GloboNews Camila Tonin relata que, em um desses depoimentos,
Emílio Odebrecht descreve como conheceu o ex-presidente Lula. Ele narra fatos
que remontam ao fim da década de 80, quando conheceu Lula por intermédio do
então senador Mário Covas.
Emílio
explica que foi apresentado ao ex-presidente na própria casa de Mário Covas,
num sábado à tarde. Ele lembra que a conversa chegou a durar nove horas, se
estendendo do almoço até o jantar. Na época, foi apresentado a Lula por conta
de problemas com greves que vinha enfrentando no Polo Petroquímico de Camaçari,
na Bahia. A ideia era que Lula, na época, sindicalista, ajudasse com as
negociações.
Já mais
próximo de Lula, Emílio Odebrecht descreveu o ex-presidente como uma das
pessoas "mais intuitivas" que já encontrou na vida. Alguém que pegava
as coisas "rápido", um "animal político". O pai de Marcelo
Odebrecht contou aos investigadores que discutia com Lula os rumos do país e
que sempre cobrou do ex-presidente uma posição clara sobre a pressão do PT
sobre uma possível estatização da Petrobras. No depoimento, Emílio lembrou que
Lula foi enfático na resposta: "você me conhece, não sou de estatizar".
Logo em
seguida, Emilio falou de uma conversa que teve com o general Golbery do
Couto e Silva, um dos ideólogos da teoria de Segurança Nacional da Ditadura. Na
ocasião, Golbery fez uma descrição do ex-presidente Lula que marcou Emílio
Odebrecht: "Emílio, o Lula não tem nada de esquerda. Ele é um bon
vivant".
Aos
procuradores, Odebrecht disse que concordava. "Lula gosta da vida boa, de
uma cachacinha e tal. (...) A coisa que ele mais quer ver é a população carente
sem prejuízo. (...) Não é tirar de um pra dar pro outro, não, finalizou
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Blog do Paixão